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segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Quem quer ser físico ou física?

Aí vai uma super entrevista com Beto Pimentel, um físico, que tem seu olhar voltado para a EDUCAÇÃO DO FUTURO!



Quem quer ser físico (ou física)?
1. Como uma pessoa se torna um físico?
Fazendo um curso de Física na universidade. Diferentemente de vocações artísticas ou esportivas, por exemplo, na área de Física as coisas que a gente tem que aprender para se tornar um profissional da área são muito estruturadas, isto é, exigem que a gente estude uma série de matérias que são mais ou menos as mesmas em todo lugar.
2. Por que você escolheu essa carreira?
Quando eu tinha uns 15 anos eu comecei a ter aulas de Física na escola, e à tarde tínhamos, uma vez a cada 15 dias, aulas de laboratório. Essas aulas eram muito legais.
No ano seguinte me candidatei a monitor do laboratório de Física e fui selecionado. Passei então os dois últimos anos do meu Ensino Médio ajudando outros colegas a aprender e a se divertir com a Física. Meus professores me mostraram também o quanto eu ainda tinha a aprender, o que me deixou ávido por estudar em mais profundidade aquela disciplina.
Eu gostava de ciências de uma forma geral, e também gostava muito de desenhar, e quando tive que fazer uma opção com a proximidade do vestibular, percebi que se cursasse Física eu poderia dar continuidade a meus interesses artísticos de outras formas, com cursos e oficinas, mas se escolhesse fazer faculdade de Desenho Industrial, por exemplo, provavelmente não teria mais oportunidade de estudar Física.
3. O que você faz atualmente, no trabalho?
Eu sou professor de Física do Colégio de Aplicação da UFRJ. Ali tenho três principais tarefas:
(1) dar aulas de Física para algumas turmas do Ensino Médio;
(2) supervisionar e orientar o estágio dos licenciandos de Física (estudantes da universidade que estão terminando o curso de licenciatura em Física, que os prepara para serem professores de Física); e
(3) desenvolver projetos, no meu caso especificamente dois importantes: o primeiro é o Núcleo de Atividades em Física (NAF), que faz experimentos e aventuras com um grupo de alunos, como se fosse um Clube de Física. O segundo é meu projeto de pesquisa em história da óptica no século XIX. É também o meu projeto de doutorado, que estou acabando agora. Por causa disso, estou de licença da escola (para poder estudar).
4. Onde mais um físico pode trabalhar?
Em muitos lugares! Os maiores campos de trabalho são as escolas de Ensino Médio e também as universidades e centros de pesquisa, onde os físicos não apenas dão aulas mas também desenvolvem projetos de pesquisa buscando fazer novas descobertas, desenvolver novas técnicas, etc.
Além destes campos, digamos, tradicionais, há físicos também trabalhando em hospitais (há mesmo uma área da Física chamada "Física Médica", para a qual há cursos próprios), usinas, fábricas, empresas, observatórios, agências governamentais (no INMETRO, por exemplo), ONGs, etc.
5. O que se estuda na faculdade de Física? Quantos anos de estudo são?
Na faculdade de Física se estuda bastante Matemática, que é a base para expressar as leis físicas e fazer previsões dos resultados de experimentos, por exemplo.
Além disso, você estuda diversas áreas da Física para ter um conhecimento geral de diversas teorias que os físicos julgam importantes: o movimento de uma forma geral, fenômenos elétricos e magnéticos, ondas, luz, som, calor, e, mais para o final do curso, algumas teorias mais modernas, por exemplo sobre o comportamento dos átomos e de seus núcleos.
Se você for um bom aluno, são 4 anos de estudo. Mas como é um curso que exige bastante do aluno, é comum que as pessoas levem mais tempo. Mas em geral a formação de um físico não acaba com o diploma da graduação. Quase todos os físicos que conheço têm pós-graduação: mais dois ou três anos de mestrado para se especializar numa área da Física, e depois mais quatro anos de doutorado para ser reconhecido como pesquisador.
Para quem vai trabalhar com pesquisa é quase obrigatório ter até um "pós-doutorado". Isto é, o físico tem uma formação muito longa, e um bom físico é como um bom vinho: fica melhor à medida em que vai amadurecendo e melhorando sua formação através do estudo permanente. Mesmo depois de todos os cursos, é sempre preciso ler muitas revistas e livros especializados para se manter atualizado.
6. O que é "física quântica", o que ela estuda?
A Física Quântica (também conhecida como Mecânica Quântica) é uma teoria física que surgiu com os trabalhos do físico alemão Max Planck em 1900 e que aos poucos foi sendo desenvolvida por inúmeros físicos, até virar uma teoria mais ou menos completa por volta de 1927. Ela é uma teoria que explica e prevê com grande exatidão muitas características do comportamento dos átomos e de partículas muito pequenas, que não eram bem explicados pelas teorias antigas da Física clássica.
7. Pode explicar, em termos simples, qual a importância da Física Quântica?
A maior importância é que, a partir dela, os físicos puderam compreender alguns fenômenos que desafiavam a Física clássica, como por exemplo as raias espectrais características dos elementos químicos, isto é, o fato de que cada elemento químico, ao ser aquecido, emite e absorve luz apenas de algumas cores bem específicas.
A física quântica conseguiu explicar vários fenômenos diferentes, e prever novos fenômenos (por exemplo, a emissão estimulada que constitui os lasers) a partir de um conjunto simples de idéias muito claras. Destas idéias, podiam ser deduzidas conseqüências que puderam ser testadas através de experimentos.
Além disso, a Física Quântica é a base teórica para diversas tecnologias, desde os componentes eletrônicos que levaram a novas possibilidades na computação até a nanotecnologia de novos materiais, por exemplo. A Física Quântica teve ainda conseqüências filosóficas importantes para os cientistas, fazendo-os pensar sobre questões fundamentais como o que é a realidade e quais os limites do nosso conhecimento sobre ela.
8. Qual seria o seu conselho para uma criança que se interessa por Ciências e deseje seguir carreira nessa área?
Acho que o melhor conselho é um pouco difícil de ser seguido: "continue criança!"
Einstein dizia que "imaginação é mais importante que conhecimento", e ele provavelmente estava certo. Aprenda bastante com seus professores, pais, amigos, com a escola, com livros, com a internet, mas nunca deixe que este aprendizado limite a sua imaginação.
Quando alguém lhe disser que algo "é assim", lembre-se de se perguntar como você pode saber se é isso mesmo. Muitas vezes, pensando logicamente ou realizando alguns experimentos simples, podemos descobrir muito a respeito do mundo.
Nunca deixe de formular suas perguntas e buscar suas próprias respostas para elas, mesmo que depois você se convença de que elas não são as melhores respostas, e passe a acreditar em outras. É assim mesmo que a Ciência avança.
Uma revista legal para assinar e receber em casa a sua dose mensal de estímulo científico é a Ciência Hoje das Crianças, editada pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Também não se envergonhe de pedir para os seus pais comprarem equipamentos para os experimentos que você bolar. Tenho certeza de que eles vão achar legal e fazer o possível para ajudá-lo (desde que o experimento não envolva colocar fogo na casa!). Quem sabe você não acaba até ganhando um microscópio no Natal?
Beto Pimentel é mestre em Física formado pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e atualmente faz seu doutorado em História da Ciência pela UFRJ. Trabalha dando aulas de Física para alunos de Ensino Médio há mais de 18 anos, 14 dos quais no Colégio de Aplicação da UFRJ.
Beto é um físico muito bacana, como vocês podem conferir na foto que ele enviou ao Mingau Digital. No dia da foto, ele participava de uma festa de Carnaval.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

O estudante e a tecnologia

            Aí vai um exemplo de como se pode inserir a tecnologia na vida dos novos estudantes!

Publicado 02/06/2010
Falar da influência da tecnologia na vida de um estudante é praticamente falar em cada tarefa do seu dia-a-dia. Não consigo sequer imaginar a vida de um aluno do século XXI sem o recurso ao mais básico dos instrumentos tecnológicos. Quando falo em mais básico refiro-me a um computador em que possa no minimo realizar os seus trabalhos académicos.
Mas, a tecnologia na vida de um estudante de hoje vai muito além das páginas do Word. O telemovel, a playstation, o ipod, a calculadora, o retroprojector, são apenas alguns exemplos de tecnologias presentes nos dias dos estudantes. No video estava bem clara a ideia de que alguns hábitos perderam a batalha contra a tecnologia. Um aluno do século XXI escreve mais usando o teclado, do que usando caneta e folha. Os telemoveis criaram um hábito, na minha opinião, péssimo. As conversas dificeis deixaram de se ter presencialmente e o telemovel passou a ser o intermediário para esse momento dificil.
E o que dizer das redes sociais como o facebook e o twitter? São um sucesso entre os jovens e não só. Passou a ser uma forma de contacto com o mundo, com os amigos. O facebook e as suas multiplas ofertas levam os jovens a passar horas frente ao computador. Contra mim falo que também sou uma frequentadora do facebook e muitas vezes dou por mim a perguntar-me o porquê de lá passar tanto tempo.
Então e a televisão tão importante nos dias de hoje? O rádio? Os leitores de dvd? Cada um destes tem lugar cativo na maioria das casas dos jovens do nosso tempo. No entanto, não tenho a menor dúvida de que a tecnologia é uma ajuda preciosa para nós enquanto estudantes, enquanto profissionais de uma qualquer área, enquanto cidadãos deste novo mundo tecnológico.
A evolução tecnológica não pára e a tentativa de nos tornar seus “escravos” é cada vez mais forte e mais bem conseguida. Expressões como: ” Eles já nasceram a saber mexer nos computadores”, são exageradas, claro que sim mas dizem muito do estado em que se encontra a nossa sociedade.

        Ana Filipa Fonte